500 ANOS DE SOLIDÃO: ESTUDOS SOBRE DESIGUALDADES RACIAIS NO BRASIL/ Marcelo Paixão
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500 ANOS DE SOLIDÃO: ESTUDOS SOBRE DESIGUALDADES RACIAIS NO BRASIL/ Marcelo Paixão
500 ANOS DE SOLIDÃO: ESTUDOS SOBRE DESIGUALDADES RACIAIS NO BRASIL/ Marcelo Paixão
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Os ensaios de Marcelo Paixão produzem espanto que é a fonte da qual o pensamento extrai seu conteúdo. Na prosa do nosso autor ele é revelação do que estava posto diante dos nossos olhos, mas não era visto. É espantoso que poucos países da América Latina utilizem nos censos demográficos critérios de identificação étnica de suas populações. É espantoso que, uma vez conhecidos esses dados, eles revelem o que todos intuem, mas negam: os mais pobres têm uma cor de pele diferente da dos mais ricos. Não é a pobreza ou a riqueza que produzem estas diferenças de cor, mas estas diferenças de cor estão na origem da distribuição dos meios que produzem esta riqueza e pobreza. Ninguém fica negro ao se tornar pobre, mas por regra, um homem rico é branco. Não é espantoso que diante desta descoberta se produza a reação das fanfarras barulhentas da defesa do mito da democracia racial, preocupadas em não acordar a natureza bem sucedida de uma sociedade abertamente racista?