Em um dia qualquer de 1980, no Rio, Seu Juvenal, sambista veterano, com aproximados 80 anos, concede uma entrevista. O assunto é a "Irmãos Unidos da Fontinha", escolade samba que ele ajudou a fundar e cujo jubileu de outro será o tema, autorreferente do próximo enredo. A princípio amargo e rancoroso, e depois se revelando tão perspicaz quanto ingênuo e dissimulado (e um tanto mentiroso), o velho "Nanal" resolve contar "tintim por tintim" , em seu linguajar fora de moda, a saga da escola. E o faz procurando desmistificar as figuras centrais do enredo, que são o sambista Mário Madureira e a influente e enigmática Dona Vanda.
Na criação de Nei lopes, o relato de Juvenal mescla fatos históricos e personagens reais a outros assumidamente ficcionais. Nessa mistura, amor, jogo, disputas políticas; a Segunda Guerra, o comércio da música, e até mesmo a questão dos direitos autorais, se entrecruzam, inclusive numa sequência de crimes misteriosos. Pontuando a narrativa, a batucada do samba, lá atrás, se formatando no eixo Praça Onze - Estácio - Oswaldo Cruz.