Este livro busca expor, da mais abrangente forma possível, o problema da personagem negra no teatro brasileiro, do século XIX aos nossos dias. Inicialmente a autora revela a persistência dos estereótipos em torno dessa personagem e o lugar que ocupou na cena brasileira no século passado e mesmo neste século, no qual, nas três primeiras décadas, apresentou-se sempre com uma tipologia "característica". A partir de 1945, no pós-guerra, há uma mudança sensível com o surgimento primeiro do Teatro Experimental do Negro e depois com a dramaturgia socialmente engajada. Paralelamente a autora examina o papel do negro na dramaturgia popular de bonecos, o qual, mesmo incorporando os preconceitos vigentes da sociedade rural, não pode ter negada a sua autenticidade. A autora termina com o exame das variáveis do problema do negro e a persistência de determinados valores discriminatórios na sociedade branca, discutindo as soluções possíveis.
Carlos Miranda