As cidades de São Luís do Maranhão Recife Salvador Rio de Janeiro e Porto Alegre foram os grandes centros urbanos onde no decorrer do século XIX as populações africanas sequestradas pelo tráfico de escravos em um admirável e consistente esforço de superação à repressão que as atingia em todos os níveis agruparam-se em torno de organizações religiosas tais como o Candomblé o Tambor de mina e o Batuque. Nelas se reafirmaram identidades pessoais e coletivas reinterpretaram-se conceitos recriaram-se rituais transmitiram-se mitos e lendas reelaboraram-se as práticas de adivinhação reconstituiu-se o rico panteão dos orixás voduns inquices e ancestrais.
Estes saberes são até hoje resguardados nos templos e nas comunidades que se organizaram em torno deles. Sábios prudentes sacerdotes e fiéis dessas grandes religiões brasileiras de raízes africanas se dispuseram a dar a conhecer aos estudiosos parte desse vasto campo de conhecimento que a presente publicação divulga por meio de escritos de antropólogos psicólogos e sociólogos e que se subordinam ao tema da ancestralidade e dos panteões das divindades.